sábado, 21 de fevereiro de 2015

Diário da Gravidez 11

Sim, sim, sim, a minha princesa já está nos meus braços desde dia 11. Fiquei internada dia 10 e comecei logo com a indução. Depois de 2 comprimidos vaginais, as contrações começaram. De tarde puseram-me a soro com oxitocina e as contrações tornaram-se muito dolorosas mas dilatação nem vê-la e a bebé manteve-se sempre alta sem encaixar. Passei uma noite terrível, cheia de dores e não me deixavam levantar nem mexer. Pela manhã, depois de uma ecografia viu-se que talvez a bebé não passasse na bacia porque estimavam que o peso já ultrapassasse os 4 kg. Ainda assim voltaram a pôr-me a oxitocina para ver se as contrações desencandeavam alguma coisa. Por volta das 14h, graças a Deus que o médico que me seguiu estava de serviço nesse dia, viram que a dilatação não passava dos 2 dedos, a bebé mantinha-se bem alta, a minha tensão começou a subir e perguntaram-me se queria fazer cesariana. Sinceramente era tudo o que eu queria naquele momento. Já há mais de 24 h que tinha tantas dores que só queria que acabasse rapidamente.
O meu marido tinha ido almoçar, liguei-lhe logo porque estava a desenrolar-se tudo tão rapidamente que tinha medo que me levassem sem que eu o visse. E não me enganei por muito, tivemos 15 minutos antes de ir para o bloco de partos: só deu tempo para respirar fundo, darmos um beijinho e tentarmos sorrir. A anestesia foi local, estive consciente o tempo todo e mantive-me calma sempre. Achei que foi tudo rápido, tentei não me deixar levar por tudo o que sentia e focar-me na minha bebé, no meu marido (sim, fez-me muita falta ter o meu marido ali...). Correu tudo bem, aliás já está tudo cicatrizado!
Não vos vou dizer que foi tudo muito fácil. O momento em que ouvi o choro da minha princesa fez-me vir as lágrimas aos olhos, pensei "Finalmente estás connosco". Vi-a meio à pressa e levaram-na para o meu marido. Tudo o que eu queria era chegar perto deles e foi maravilhoso quando o pude fazer, foi uma sensação de estar completa. Só que depois chegou a altura dele ir embora, a anestesia foi passando e as dores eram imensas, o desconforto era tremendo, não me podia levantar, a bebé ficou logo comigo e tudo o que queria era mamar (é esperado que se comece a amamentar e os primeiros dias são muito duros, de ir às lágrimas com dores). Sabia que aquela era a primeira de 4 noites de internamento e passado um dia da bebé nascer fui-me a baixo. Nos braços do meu marido desfiz-me em lágrimas, parecia que não aguentava mais, eram tantas dores, tanta falta de descanso, senti-me esgotada. Aumentaram-me os analgésicos e adormeci enquanto o meu marido ficava com a bebé por algumas horas. Depois disso, passou tudo o que era negativo, consegui ligar-me à minha pequenina como não tinha ainda conseguido fazer. Empenhei-me a fundo na recuperação e na amamentação. Ainda estou mexida pelas hormonas, choro facilmente mas tem sido de alegria!
Passei o dia dos namorados no hospital. O meu marido levou-me flores, ofereceu-me um pulseira linda para simbolizar o nascimento da nossa filha e levou sushi para jantarmos juntos: eu acho que tenho muita sorte por ter um príncipe encantado ao meu lado! Sim, o meu marido foi fundamental, esforçou-se imenso, foi a minha rocha e esteve ao meu lado sempre que foi possível.
Faz amanhã uma semana que estamos em casa com o nosso amor pequenino. É inexplicável esta sensação de apego e protecção que sinto com um ser tão pequenino que eu nunca tinha visto mas que pareço conhecer tão bem. Sou capaz de ficar horas a olhar para ela a fazer gracinhas, a espreguiçar-se com os dedos muitos esticados, a bocejar, a sorrir, com a sua boca tão pequenina e delicada. Todos os dias ela muda um bocadinho, todos os dias eu mudo um bocadinho com ela, todos os dias esta menina faz com que nos apaixonemos mais por ela, todos os dias estamos mais apaixonados um pelo outro.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Diário da Gravidez 10

Sábado à noite. Faltam passar 2 dias, 2 longos dias para chegar logo terça-feira. Pois, por esta altura já perdi a esperança de que a minha pequenota provoque o parto, portanto conto com o dia que está marcado: terça-feira, dia 10 de Fevereiro.
Enquanto a sinto agitar-se na minha barriga e vejo a minha pele ganhar altos e baixos do reboliço, sorrio e peço-lhe baixinho "Não nasças no dia dos Namorados". Já lhe tinha dito "Não nasças no Natal, não nasças na Passagem de Ano", vamos lá ver se me ouve, que esta miúda já é teimosa como o pai ( ok, ok, também como a mãe!)!
Vai parecer maluquice mas, durante estas quase 41 semanas de entusiasmo e descobertas, sempre me pareceu irreal que dentro de mim estivesse um bebé. Eu vi-a em tantas ecografias, sinto-a tanto, rio-me das suas cambalhotas, ando orgulhosa com a minha enorme barriga, derreto-me com as roupinhas que lhe vou vestir, fico lamechas com o meu marido enquanto falamos de como queremos a nossa filha nos nossos braços. Mas só quando vir a carinha dela, os olhos, a boquinha, e sentir a pele dela na minha, as suas mãozinhas, só nesse momento tudo se torna real, só nesse momento acredito que, sim é verdade, o nosso amor fez acontecer um milagre!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Diário da Gravidez 9

Pois é, esta que vos escreve ainda está grávida. 40 semanas e 4 dias.
Na segunda-feira tive consulta no hospital, como tudo está estável disseram que o melhor seria marcar indução para dia 10, dia em que faço umas gigantes 41 semanas. Sim, estou gigantesca! Nestas duas semanas as poucas estrias que tinha na barriga triplicaram e as dores pelo corpo também. Ainda assim a minha princesa não se resolve a nascer.
Custa bastante esta espera, que mais parece uma contagem decrescente, que me deixa cansada e sem saber o que fazer para o tempo passar mais depressa. Também tenho que admitir que fico um pouquinho triste por as coisas não se desenrolarem de uma forma natural e ter que ser um parto induzido, ou até mesmo cesariana mas tenho tentado encaixar a ideia, pensando apenas no mais importante: ter a nossa bebé perto de nós.
Se estou assustada? Estou. Agora é mesmo real que vem aí uma pessoa pequenina que depende de mim, de quem eu tenho que cuidar, que tem vindo a alterar a minha vida e vai alterar ainda mais. Ainda assim...soa a mágico, completamente mágico.